Arquivo de 23 de Janeiro, 2009

23
Jan
09

Fiz asneira. Agora peço desculpa.

Este post é um pedido de desculpas. O texto é a transcrição do post original no ContraFactos & Argumentos , escrito pelo Pedro Fonseca, e o meu comentário.

O Alexandre Gamela

Alexandre Gamela, no blogue O Lago, desabafa como está “lixado pela forma como fui descrito num jornal depois da minha cobertura informal do Acidente no Hudson: “Alexandre Gamela, um jornalista desempregado”. O descaramento!”

O autor do “descaramento” fui eu, que não costumo trazer coisas da vida profissional para este blogue. Pelo que respondi no blogue do Gamela, há dois dias, sobre as suas afirmações e comentários.
48 horas depois, o “freelancer/empreendedor” já postou vários textos, eu já reenviei o comentário mas ele não viu a luz n’O Lago. Por isso aqui transcrevo o texto que lhe reenviei ontem, sabendo-o leitor do ContraFactos & Argumentos (pelo menos no ano passado, quando até o recomendou no Online Journalism Blog):

Caro Alexandre,
reenvio um comentário aqui colocado ontem mas até agora não publicado por acreditar ter havido qualquer problema técnico para o não mostrar aos seus leitores ou a ele responder.
Agradeço a publicação.
Pedro

Caro Alexandre,
sou o autor do texto no DN a que se refere neste post.
Não tenho por norma responder a críticas aos meus artigos. No seu caso, tenho de abrir uma excepção porque me parece haver alguma má fé, que prosseguiu nos comentários.
Não diferencio qual a contextualização a que se refere que atenua o que Paulo Querido fez no Certamente/Expresso online mas não a minha frase no DN. Ambos falámos de um jornalista desempregado – algo que o Alexandre confirma ao dizer que procura emprego. Não vejo onde está a ofensa.
Mas o que me levou principalmente a escrever é a sua afirmação de que o meu texto “é uma cópia pobre do artigo do Paulo Querido no Expresso”.
Não sei qual é a sua posição sobre o plágio ou cópia no jornalismo mas eu não gosto dele e fico ofendido quando alguém ma faz, sem apresentar provas. Sendo jornalista, presumo que o Alexandre compreende a minha indignação.
O seu “desabafo” denota que ou não leu o artigo todo no DN e se fixou no parágrafo em que é referido o seu nome ou faz afirmações gratuitas sobre outras pessoas e que não abonam muito a seu favor.
Apenas mais umas notas:
– ainda sobre a contextualização: o Paulo escreveu sobre o Twitter e a rapidez do Alexandre, eu não procurei esse ângulo – basta ler os títulos… – mas não podia deixar de referir o seu nome porque, na noite (cá) do acidente, ele foi inevitável no Twitter. Mas, diferente do Paulo, o texto no DN não era sobre si e se está “lixado” com isso, é um problema seu.
– sobre o seu desemprego (ou o que lhe quiser chamar): há muitos meses que acompanho o seu blogue e não é de hoje que escreve sobre a sua situação laboral. Não precisei de ver no blogue do Paulo essa indicação. Porquê escrevê-la? Por dar ao leitor uma indicação de que é alguém, português, habituado a usar ferramentas jornalísticas e as transpõe para o Twitter. Podia ter usado outros exemplos, americanos? Podia.
– sobre a “espada” do DN: eu ainda não a senti mas presumo que saiba do que fala. Se também me quiser esclarecer neste assunto, agradeço.
Repito, não vejo o tamanho da ofensa – tanto mais escrita por um jornalista que também não está empregado mas a trabalhar para o DN.
Desejos de boa sorte para a sua vida profissional e também que não encerre O Lago.

BTW: para conhecer um caso bem mais grave, em que um blogue estraga a reputação e a saúde de uma pessoa, oiçam um inesperado testemunho nesta Prova Oral em que participei.

O meu comentário:

Olá Pedro, como isto é tudo muito pequenino eu estava à espera de que o autor do texto me saltasse para cima. Não recebi o teu comentário e não sei porquê, mas vou averiguar as razões. De qualquer forma vou postar o teu texto e a minha resposta ao mesmo n’O Lago.

Antes de mais nada, a imagem está bem escolhida.  Depois, é verdade que sigo o teu blog e com muito gosto, há sempre coisas por aqui que vou vendo e aprendendo. Não aprendi nada sozinho, mas sempre com o que os outros também aprendem e partilham.

Quanto à minha reacção propriamente dita, fui um idiota. É verdade que não gostei de me ver classificado de uma forma que, apesar de ser a verdade (sou mais desempregado que jornalista), não devia ter ajudado ao descarrilamento da  linha de ideias que queria seguir. Não és o culpado de nada e não devia ser o jornalista do DN a levar comigo e com os meus exageros. Por isso, as minhas desculpas. Tens toda a razão para estar lixado comigo a sério, e eu não tenho nenhuma para o estar contigo.

Não te vou dar pormenores a justificar a minha atitude porque nenhuma das razões é importante para o assunto.  Eu ando a fazer uma carreira de sofá, tu trabalhas num meio complicado, de forma precária pelos vistos,  e eu ando a fazer biscates inconsequentes, numa realidade completamente diferente da tua. Eu respeito quem trabalha, quem paga as contas ao fim do mês com o fruto do seu trabalho, que vive em paz consigo mesmo e espero um dia poder fazer o mesmo. Eu tenho consciência que o teu conhecimento sobre o meu trabalho não vem de agora, e que estás ao par da minha situação. Não a desejo a ninguém mas parte é opção minha. O mercado de trabalho em jornalismo está como sabemos, e quando falo da “espada”, percebes o que quero dizer. Espero que não caia em cima de mais ninguém, o que este país menos precisa agora é de mais jornalistas desempregados.

Tenho tido muito destaque e apoio nos últimos tempos apenas pelo meu trabalho, vindo de pessoas que nunca vi na vida, sendo o Paulo Querido uma delas.  Alguma coisa devo andar a fazer de bem, e isto vem prejudicar a minha mais valia neste momento, a minha reputação. Mas eu sou quem sou e não o escondo, e volta e meia saem umas asneiras destas. Quem gosta de mim gosta, quem não gosta, paciência. Não me sinto é satisfeito quando prejudico alguém quando não o quero fazer, mesmo que siga todos os procedimentos para tal.

Numa opinião pessoal, acho que o teu artigo não está famoso,. Não que seja melhor redactor que tu – a mim não me pagam para escrever – mas não gostei no texto, que li algumas vezes e por inteiro, não duvides. Se disse que me parecia uma versão transversal do texto do Expresso, foi o que me pareceu. Agora estou esclarecido que não é esse o caso.  Não gostei da forma como fizeste o  apontamento final sobre os irmãos Wright. São questões de gosto, e para todos os efeitos, considera-os como comentários de treinador de bancada, ou seja, a influência que têm é igual a zero.
Aposto que, se te deres ao trabalho, arranjas uma lista enorme do género para os meus textos, e eu vivo bem com isso, agradeço que me digam onde estou a errar. Não sou muito sensível em relação às críticas, o que está mal melhora-se, nem que seja para a próxima. Por isso, em relação à minha opinião sobre o texto, desculpa, mas não peço desculpa por uma avaliação pessoal deste género. Só te posso dizer que não deveria tê-la propalado daquela forma, estou consciente do poder de amplificação que os meus canais possuem, e deveria ter sido mais cuidadoso.

Eu próprio considero que falhei redondamente na construção do meu próprio texto sobre o assunto, o que começou de forma humorística azedou rapidamente. Aí não estou definitivamente ao nível que procuro ter, por isso vou ter que me esforçar mais. Estupidamente resvalei para algo de que não me orgulho, e falhei tecnicamente, pessoalmente e profissionalmente. Sim, porque como leste no meu texto, não recebo mas trabalho muito. Por vezes não trabalho é bem.

Vou dar-te a razão que mereces, não tenho justificação ter ficado ofendido como fiquei. Aliás, como não fiquei. . A minha reacção é que foi exagerada, e acabei, com um tiro, acertar em dois pés: um meu e outro teu. No futuro, prometo que vou tentar mantê-los bem assentes na terra.

Espero ter a oportunidade de te apresentar pessoalmente as minhas desculpas um dia destes, com cervejas e tremoços pelo meio. Não é já hoje porque não me é possível. Mas em breve. Um abraço.

Aos que induzi em erro, com razões que vos são alheias, também peço desculpa. Vamos todos aprender com esta lição, e se me apanharem outra vez em asneiras destas, por favor, avisem. Eu agradeço.




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