Dedicada à mulher e às várias dimensões da sua imagem, esta exposição é o resultado de uma certa perspectiva desenvolvida por José Maria Pimentel nas suas viagens por algumas cidades europeias.
Nesta entrevista, abordámos o tema central desta exposição, tentámos descobrir como é que a Arte ocupou o lugar das Ciências, quais são os seus conceitos como fotógrafo, e como é que foi fotografar o mundo de passagem, numa volta em 80 dias.
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Links: http://www.pbase.com/sakafoto
Em exposição no Tubo d’Ensaio até 10 de Agosto
“Este conjunto de fotografias resulta, em boa parte, da minha obsessão pela mulher: pela sua graça, as suas formas, o seu movimento, o seu erotismo…
Talvez, aquilo que mais me tenha despertado a atenção, seja a forma como por vezes são capazes de transcender o reduzido espaço de uma montra ou de um painel publicitário para, através de simples jogos de luz ou outros, saírem para a rua de maneira virtual e enigmática e aí, podermos ter o privilégio de as admirar sem que o nosso olhar agite o seu, sempre imperturbável e sem pudor.
Chamou-me também a atenção o facto de, tal como nas mulheres reais, a sua aparência, o seu estilo, a sua atitude, não ser a mesma em Paris, em Londres, em Madrid ou em Lisboa.
São encontros que continuam a fascinar-me cada vez que visito uma nova cidade.”
“Um corpo nu em plena rua. Um olhar provocante dirigido a milhares. Silhuetas que habitam o lado de lá do vidro de uma montra. Uma simples imagem… de mulher.
Por toda a parte o cenário do quotidiano é povoado por presenças indiscretas, por toda a parte espreitam olhares, rostos, curvas femininas.
São geladas ao toque, indiferentes aos olhares mais curiosos ou aos comentários que se lhes dirigem.
São imagens de alguém ou simples representações de arquétipos, imóveis, alvos de intervenção alheia à qual permanecem igualmente indiferentes…
Impõem-se, por entre a noite, o tráfego, a correria diária que aliena tudo e todos.
O simples facto de as vermos torna-as quase reais. Quando as vemos passar, ou quando passamos por elas. O que dizem, o que vendem, o que anuncia o seu corpo desta vez? Nada, talvez. Por vezes é nada.
São meras imagens que surgem, que se fundem com o cenário em presenças inquietantes, ou que nos fazem lembrar algo.
Cada uma delas pertence a uma história, a um passado que se adivinha, têm uma personalidade mutante, que se acentua quando as observamos atentamente e cambia consoante o observador.
É nesta existência aparentemente passiva que entram em diálogo inesperado com o que as rodeia, fazem duvidar de que lado se encontram… São observadas, ou observam?”
José Maria Pimentel
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