O Código volta em edição Open Source. Desta vez vamos conhecer um projecto que nasceu de um acidente, mas que ganhou autonomia e uma edição através de uma net label japonesa: The boy with a broken leg.
A entrevista com Sérgio Rebola, o rapaz da perna partida.
Este projecto surgiu literalmente por acidente. Como foi?
O nome surgiu quando eu estava a recuperar de um dedo de pé partido, devido a um “acidente doméstico” pois dei um pontapé na cama involuntariamente. Durante esse período em que passava mais tempo em casa a descansar, tive dias bastante prolíferos e gravei imensas coisas (basicamente as minhas primeiras canções a sério) num gravador de cassetes muito mau. Então surgiu-me o nome. Apesar de ter partido um dedo do pé, “ The Boy with a Broken Leg” soou-me melhor que “The Boy with a Broken Toe”, e ficou até agora.
Tens participado em muitos projectos musicais.De que forma é que esse percurso te ajudou a desenvolver o teu próprio trabalho? Vejo que tens muitos amigos a tocar neste disco, por exemplo.
As minhas participações em 3 Blind Mice, Le Petit Point, Essay Collective e Puget Sound trouxeram-me muita experiência e aprendizagem! Felizmente, nestes projectos sempre houve liberdade criativa individual, portanto não foi nenhuma fuga aos trabalhos anteriores desenvolvidos em conjunto. Creio que esse percurso acabou por me ajudar a trilhar o caminho que segui. Os muitos amigos que tocam no disco tocavam comigo anteriormente, e convidei-os para aproveitar o seu potencial neste meu trabalho.
Porque é que escolheste a BumpFoot (que no site se define como “a non-profit netlabel in Japan(…) There are currently two main branches: bump – Techno, House; foot-Ambient, IDM, Electro Pops, etc.”), com tanta netlabel portuguesa ?
Não foi bem uma questão de escolha! Eu fiz uma proposta a várias net-labels e com a Bump Foot, foi tudo tratado num ápice. Gosto bastante da atitude deles, não estão preocupados com o género mas sim com a qualidade da música e o facto de ser non-profit, mostra que o que realmente lhes interessa é o mais importante: a Música!
Não editei por nenhuma net-label portuguesa porque não conheço nenhuma que edite a música que faço, e sinceramente, acho que uma label estrangeira, neste caso japonesa, traz maior visibilidade ao meu trabalho.
Até onde vai este Boy with a broken leg?
Até onde vai, não sei! O meu objectivo primordial é acabar as edições manuais do álbum, dar aos participantes deste e pôr as restantes a circular por aí! E depois tocar o máximo possível. De momento, vou tocar praticamente sozinho, acompanhado da guitarra. Espero conseguir reunir as condições para tocar com uma banda inteira. Ou seja, dar o máximo de concertos possíveis e quantos mais músicos melhor, é um retrato mais fiel ao álbum.
Quanto a futuras músicas, discos ou gravações, acho que isso surgirá de forma natural.
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