The New York Times established a set of rules for reporters to deal with the ethical and method issues raised by social networking. The importance of social networks like Facebook, MySpace, or even Twitter for reporting, has become priceless for both media companies and journalists, that benefit from them by promoting their work and gathering information. Yet, to befriend or to expose users, use private information, or show a bit too much of the reporters’ personal views can be tricky. In the still virgin and fertile land of social networking, journalism still hasn’t found the right procedures to develop work under clear ethical guidelines. To help journalists to avoid falling into the many traps posed by the new relations brought about web2.0, the NY Times‘ assistant managing editor, Craig Whitney, has devised a small set of policies, to protect the image, credibility and impartiality of the newspaper. The rules in a nutshell by Patricio Robles:
The spanish written blog Paper Papers has an interesting point about the need for these rules:“The text is strict and demanding – and it’s written in a positive tone. You can see that the NY Times is one of the few newspapers that understands in these media there is a very delicate game between credibility and influence. And they care. Good. I say: a journalist is a liberal professional that works for an organization. (…) What matters to us is the right of the citizens to be informed, not my freedom of speech (My opinion!; I like it / I don’t like it; I think it’s good! / I think it’s bad!). In this professional context, working for a news company means to limit personal options that would be open if working to another company – or outside journalism. ” There are too many questions lurking along the way, and they will have to be dealt in a case by case basis. The potential of reporting using social networks is huge, but so are the perils and the responsibilities. Kelly McBride has left some suggestions for a healthy use of this power at PoynterOnline. Read them, and let me know how they can be useful in your organization or how they fall short for your needs. |
O New York Times estabeleceu um conjunto de regras para os jornalistas saberem lidar com as questões éticas e de método levantadas pelas redes sociais. A importância de redes sociais como o Facebook, MySpace, ou mesmo o Twitter para o jornalismo tornou-se valiosíssimo quer para as empresas de media quer para os jornalistas, que ganham ao poder promover o seu trabalho e recolher informação. No entanto, adicionar ou expôr utilizadores, usar informação privada, ou mostrar demasiado a perspectiva pessoal do jornalista pode tornar-se complicado. No ainda virgem e fértil terreno das redes sociais, o jornalismo ainda não encontrou os procedimentos correctos para trabalhar sob uma clara linha ética. Para ajudar os jornalistas a evitar as várias armadilhas postas pela web2.0, o editor assistente do NY Times, Craig Whitney, definiu uma série de regras, para proteger a imagem, credibilidade e imparcialidade do jornal. As regras resumidas por Patricio Robles:
O blog Paper Papers tem um ponto de vista interessante sobre estas regras: “O texto é severo e exigente – e está escrito numa nota positiva. Podemos ver que o NY Times é um dos poucos jornais que compreendem que nestes meios há um jogo delicado entre credibilidade e influência. E eles preocupam-se. Bom. Eu digo: um jornalista é um profissional liberal que trabalha para uma organização.(…) O que nos interessa é o direito dos cidadãos à informação, não a minha liberdade de expressão (A minha opinião!; Gosto / Não gosto; Acho que é bom / mau;) Neste contexto profissional, trabalhar para uma organização noticiosa significa limitar opções pessoais, que estariam abertas noutra empresa – ou noutra actividade fora do jornalismo.” Existem demasiadas questões à espreita pelo caminho, e teremos que lidar com elas numa base de caso a caso. O potencial do jornalismo através das redes sociais é enorme, mas também são os perigos e as responsabilidades. Kelly Mc Bride deixou no Poynter Online algumas sugestões para um uso saudável deste poder. Leiam-nas e digam como é que elas podem ser úteis na vossa organização, ou como são insuficientes para as vossas necessidades. |
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La deontología 2.0 del NY Times, Paper Papers
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New York Times‘ Policy on Facebook and Other Social Networking Sites, Craig Whitney
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New York Times creates policies for reporters’ social network use, Patricio Robles
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Gamela,
a questão é bastante complicada, eu diria. Sem analisar profundamente, tenho a seguinte impressão: nos dias de hoje, trabalhar em um jornal diário implica você abrir mão do que pensa. Exige que você aja como um executivo de uma corporação.
Não vou ficar aqui discutindo as opções ou gostos pessoais do profissional que trabalha para uma empresa de comunicação, uma corporação (seja ela exclusivamente online ou impressa + online).
Em outras palavras, esse manual exige, praticamente, que você não se exponha, afirmando no Facebook, Twitter e quejandos o que pensa, politicamente, sobre tudo. Ora, somos seres políticos. O que não quer dizer politizados ou despolitizados.
O problema é que ao trabalhar para uma corporação de comunicação, o jornalista passa a ser um ser público. Eu já pensei muito sobre isso, desde os tempos que trabalhava em redação de jornal diário. Talvez eu tenha assumido, inconscientemente ou conscientemente, essa postura. E nunca aceitei dar entrevistas a ninguém ou emitir opinião sobre nada. Quando convidada a mediadora de debates, eu representava o jornal. E era delicado, pois sempre se tratava de discussão de direitos autorais.
Mesmo cobrindo a web desde o seu nascimento, criei home pages em diversos serviços, para testá-los e escrever sobre eles, antes da existência do tal do blog. Quando nasceram os serviços exclusivamente em inglês, abri contas, mas limitei-me a deixar frases de teste e fotos familiares. Com os blogs, fiz o mesmo. Criei contas, deixando-as abandonadas depois.
Hoje, fora de redação de jornal diário, edito uma revista de computação móvel bimestral e contribuo em outra mensal de computação, sinto-me totalmente à vontade para me expressar, inclusive, criticando os “ases” da tecnologia, o que não poderia fazer se estivesse em uma redação.
Eu acho que esse assunto merece muita discussão e reflexão. E por isso sugeri a você, afinal é preciso que nossos colegas da língua portuguesa se expressem sobre o assunto.
Abraços digitais de São Paulo,
Mari-Jô Zilveti
http://nomadismocelular.wordpress.com
Twitter: http://twitter.com/zilveti
Gtalk: zilveti@gmail.com
Sinceramente, não me consigo reconhecer nesse colete de forças e acho que as direcções dos jornais devem repensar as fraquezas de um modelo de jornalismo que segue à risca o princípio da objectividade e da imparcialidade dos factos. Esse modelo resulta numa escrita asséptica, vazia e totalmente desinteressante que não motiva suficientemente as pessoas a dar dinheiro pelo jornal ou pela revista. O jornalista não é um frade nem um monge e obrigar-lhe a esconder todas as suas inclinações pessoais mesmo quando comunica com contactos via facebook ou twitter é completamente impossível. Essa despersonalização da pessoa do jornalista é que levou à crise da comunicação social. Basta verificar o que se passa nos EUA: quais são os blogs mais lidos? Drudge Report, The Huffington Post e DailyKos. Todos eles foram criados por pessoas com ideias determinadas e uma opinião pessoal bastante forte. Não quero com isto dizer que os jornalistas se devam tornar populistas. Mas acho que só lhes faria bem assumir a sua verdadeira face, dar a cara e serem transparentes.