This post is the portuguese translation of the text Recommending news by Wilbert Baan at the OJB.
No seu primeiro post para o OJB, Wilbert Baan, designer de interactividade para o jornal holandês de Volkskrant, desenvolve a ideia de como as notícias podem ser items de partilha com a nossa comunidade pessoal. Ler texto original aqui.
Os websites como os conhecemos estão-se a desintegrar. Widgets,APIs e feeds levam a informação para outros lugares para além do domínio. Numa cultura de rede gostamos de levar a informação connnosco. No nosso telemóvel, desktop, widgets, websites, televisão digital, para todo o lado. Para o projecto do EN estou a reflectir sobre como podemos interagir com as notícias como objecto. Como podemos levar o artigo connosco ou usá-lo para criar novas colecções.
O artigo como objecto social
Por exemplo, no Flickr a fotografia é um objecto social. Temos uma página pessoal de contacto onde as fotografias relevantes para nós podem ser vistas. Todas estas fotos são provavelmente informação pública, mas é esta selecção baseada na nossa rede pessoal que torna esta página interessante para nós.
A mesma coisa acontece com o Del.icio.us, onde temos uma página com as páginas preferidas dos nossos amigos. Ou a Last.fm onde podemos saber que música os nossos amigos ouvem. E o Twitter, onde a sucessão de mensagens dos nossos amigos tornam este serviço valioso.
Hoje em dia os sites mais populares são criados em torno de nós.
Quase toda a informação nos sites da web 2.0 é informação pública. Links no Del.icio.us, artistas e canções na Last.fm, notas pessoais no Twitter. O que acrescenta valor a toda esta informação são as colecções que reunimos à nossa volta. Nós somos o centro e os nossos amigos virtuais estão à nossa volta. Os serviços da web 2.0 assentam em grupos de pessoas em que confiamos, tendo em conta quem eles são ou o que fizeram.
Notícias 2.0
As notícias raramente são apresentadas em torno de nós. São apresentadas de uma perspectiva em que o que é importante é definido pelos editores. Este é um sistema muito bom e fiável. Faz com que os sites e os jornais sejam diferentes e dá uma linha e personalidade às empresas de media.
Mas podem as notícias ser adaptadas a nós? Sabemos quais notícias são importantes para nós , certo? Confiamos nos nossos amigos? Pode a distribuição das notícias ser reduzida a um artigo (objecto) e ser sistematizada?
A maioria dos sites noticiosos já arrumam as notícias por popularidade e tempo. Isto é já uma forma mais sistematizada de distribuir as notícias e pode não ter nada a ver com a real importância da notícia. Eu não estou a defender que se deveria personalizar todo um site noticioso, pode ser apenas uma página como as páginas dos “amigos” no Del.icio.us, Flickr e Twitter.
As vossas ideias
Poderemos fazer às notícias o que a Amazon faz aos produtos? Gostariam saber que notícias os vossos amigos lêem? Ou estariam a perder a informação que é importante para vocês ou as surpresas? Alguns websites – como o Google News – estão já a fazer experiências com as recomendações. Gostaram? E conhecem mais algum website que crie uma experiência noticiosa valiosa em torno de vocês?
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Basicamente o que Baan defende é que as notícias podem ser mais um artigo de partilha dentro das nossas redes sociais, redefinindo-as da mesma forma que os outros artigos que costumamos partilhar. Isto implica talvez uma redefinição nas estruturas dos sites noticiosos e talvez na sua linha editorial. A personalização da agenda noticiosa é provavelmente umas das características mais revolucionárias no jornalismo do futuro próximo, que se neste momento se encontra a caminho do hiperlocal, assim se transformará no hiperpessoal.
Deixem as vossas sugestões e comentários a estas ideias do Wilbert. Podem também visitar o seu blog.
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