A formação dos jornalistas do futuro é um tema em constante debate e evolução nas escolas de jornalismo. Talvez nem tanto nas redacções, mas isso é outro problema. Nicolas Kayser-Bril, um dos Virtual Interns do Online Journalism Blog, apresentou neste post algumas ideias a partir da renovação do programa do Centre de Formation des Journalistes , uma das principais escolas de jornalismo de França, onde todos os alunos terão que, para além da formação tradicional, adquirir conhecimentos nos novos media. Neste texto, ele mostra-se surpreendido ao perceber, ao fim de 3 semanas de aulas, como o grau de literacia digital e conhecimento de ferramentas web é baixo entre os alunos,sendo a marca mais notória a resistência em fazer um jornalismo de colaboração com comunidades virtuais. O jornalista deixou de ser solista e passou a ser maestro, e isso os jovens aprendizes de jornalista não querem aprender.
Em boa hora o Nicolas foi recuperar a raíz desta remodelação, organizada por Philippe Couve e a “crème de la crème” da blogosfera francesa, que fizeram o retrato-robô do jornalista do futuro. Não se trata mesmo só de trocar o bloco de notas pelo PDA.
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Future’s journalists formation is an issue in constant debate and evolution at journalism schools. Maybe not so much in the newsrooms, bat that’s another problem. Nicolas Kayser-Bril one of the Online Journalism Blog’s Virtual Interns , wrote in this post some ideas out of the new media curriculum changes at the Centre de Formation des Journalistes one of the main journalism school’s in France, where “all students are now required to specialize in new media on top of their traditional skills.” In this text, he is surprised that three weeks after the start of the programme, he got the perception on how low is the digital literacy and knowledge of web tools among students, and how resistant they are on doing a cooperative journalism with virtual communities. The journalist is no longer a soloist and became a maestro, and that’s what these young apprentices don’t want to learn.
Nicolas recovered the root of this transformation in the school’s curriculum, organized by Philippe Couve and “the crème de la crème of the French blogosphere” who outlined how the 2009 journalist should look like. And it isn’t only, just like he said, “trading the pen and Moleskine for an N95“
Entre as ideias principais deste manifesto , está logo ao princípio uma das mais importantes: um jornalista continua a ser um jornalista, mantendo-se as suas funções de investigação, verificação, validação e edição dos factos. O jornalista passa também no mundo cibernético a estar mais sujeito às opiniões, contribuições e críticas dos cibernautas. O seu trabalho não termina após a publicação do seu artigo, mas continua com a informação que lhe é dada pelos seus leitores. Se uma notícia no papel morre, na web ela prolonga-se enquanto houver quem contribua com mais informação.
O jornalista tem que evoluir tecnicamente tão depressa como os utilizadores que lêem/ouvem/vêem o seu trabalho, e terá que ter versatilidade para poder criar trabalhos em qualquer formato dentro dos novos media- saber fazer o multimedia storytelling- para além de ter que saber falar a linguagem dos programadores no desenvolvimento da sua plataforma de comunicação.
O jornalista do futuro, e aqui é que se torna complicado, passa a ser -para além de autor- moderador e editor dos conteúdos fornecidos pela comunidade virtual. Já não se publica para alguém, mas com os receptores.
O jornalista terá também que saber ler os resultados do seu trabalho, a partir dos dados de número de visitantes e adaptar-se no momento, porque agora, em vez de se ler a tiragem de um jornal ao fim de um mês, lê-se quem é mais lido e comentado, na hora.
Há mais dados importantes neste texto, como o equilíbrio da percepção comercial e a ética. Mas fundamentalmente é isto: não foram só as ferramentas que mudaram, foi também a posição do jornalista quer na redacção quer perante o público.
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Among the main ideas of this manifesto , there’s right at the beginning one of the most important: a journalist is still a journalist , with his work as a fact investigator, checker, validator, editor. Journalists will be more and more immersed and exposed to the opinions, contributions and critics of the users. His work is not over after publishing his story, but goes on with the information given by users, evolving. If news are dead on paper, on the web it lives while there’s someone giving more and more data.
Journalists must evolve technically as quickly as the users that read/hear/watch their work, and must be versatile enough to create in any given format,and master the multimedia storytelling. They must also know how to talk with the programmers in developing their communication platforms.
Future journalists, and this is where it gets tricky, aren’t just authors but also moderators and editors of the information provided by virtual communities and users. You no longer publish to but with the receivers .
Journalists will also have to learn how to read their work’s results and immediatly adapt, because, now you won’t wait for the newspaper’s sales numbers at the end of the month, but now you know how many times your article has been read and commented, immediately.
There is more important concepts in this text, such as commercial perception and ethics. But this is the bottom line: tools aren’t the only thing that has changed, but the journalist’s position in the newsroom and before his public also did.
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